Texto
escrito por Claudio Carina, tradutor da obra O sangue de Emmet Till,
de Timothy B. Tyson
Inédito até
agora no Brasil, Timothy B. Tyson é um professor e historiador americano
especializado em cultura, religião e questões raciais relacionadas ao Movimento
dos Direitos Civis, que polarizou as instituições, a política e a opinião
púbica dos EUA em meados do século XX.
Escrito em 2017,
O sangue de Emmet Till conta a história de um garoto negro de 14 anos
sequestrado, torturado e morto em 1955 na pequena cidade de Money, no
Mississippi, sul dos Estados Unidos. O motivo do linchamento teria sido uma
atitude desrespeitosa com Carolyn Bryant, uma mulher branca que trabalhava em
um mercado local. Baseado no relato de Carolyn, o marido Roy Bryant e seu
meio-irmão, J. W. William raptaram, brutalizaram e mataram o garoto com
requintes de crueldade. O corpo mutilado de Emmet Till foi encontrado três dias
depois em um rio nas proximidades. Depois de uma investigação policial relapsa
e tendenciosa, os assassinos foram julgados e absolvidos por um júri composto
somente por cidadão brancos locais.
Graças à
mobilização de diversos grupos do Movimento de Direitos Civis, o julgamento
ganhou manchetes nos principais jornais e noticiários de TV do mundo todo. O
caso expôs a ferida aberta do preconceito racial e da discriminação ostensiva e
criminosa praticada na época nos EUA, principalmente nos estados do Sul do
país.
Em 2017, 62
anos depois do crime, Carolyn Bryant confessou ter mentido sobre o alegado
assédio do jovem Emmet Till.
Sobre a
tradução
Também tive de escolher como diferenciar entre “nigger” (pejorativo forte para “negro”)
e “black” ou “negro”, os termos mais apropriados em inglês. Optei por “preto”
para “nigger” e “negro” para “black” ou “negro”.